Quiz – Portugiesisch

Verdade!

As condições gerais em que uma criança se torna multilingue variam muito de pessoa para pessoa. Se uma criança cresce numa família multilingue, está rodeada por estas línguas desde muito cedo, esta adquiria-as de forma lúdica em situações do dia a dia como parte natural da sua vida desde o nascimento. Em contrapartida, para uma criança que chega à Alemanha vinda de outro país com uma família monolingue, lidar com várias línguas é, inicialmente, algo completamente novo. Mais uma vez, surge um tipo completamente diferente de multilinguismo quando uma criança de língua alemã na Alemanha aprende uma segunda língua na escola.
Existem diversos outros fatores que podem influenciar o curso do desenvolvimento multilingue, tais como que língua(s) são faladas no círculo de amigos da criança ou também o prestígio que as respetivas línguas têm na nossa sociedade.
Sempre que o multilinguismo é mencionado, deve-se sempre olhar de perto para o que se entende por multilinguismo num caso específico. Aconselham-se a que os educadores não se orientem por ideias sobre o "multilinguismo em geral", mas a olharem para as circunstâncias individuais de cada criança.

Verdade!

Já pensou em como é que as crianças aprendem a falar sem esforço nos seus primeiros anos de vida, apesar de ser muito demorado e complicado compreender a gramática de uma língua e aprender o vocabulário? As crianças mais velhas e os adultos têm de praticar tudo isto meticulosamente nas aulas de línguas. As crianças mais novas, por outro lado, ainda não estão em posição de pensar em regras gramaticais abstratas, e mesmo assim adquirem-nas: elas têm a capacidade inata de adquirir a linguagem(s) de forma intuitiva, lúdica, praticamente por si próprias e, portanto, sem esforço. Ao contrário do que os adultos possam supor, o multilinguismo não é, portanto, um desafio para as crianças mais novas. Pelo contrário, elas beneficiam da facilidade de aquisição linguística desde crianças e podem adquirir várias línguas ao mesmo tempo sem qualquer problema.
Contudo, pode ser difícil se as condições em que uma criança cresce multilingue forem desfavoráveis, por exemplo, se as suas línguas forem rejeitadas no ambiente ou na creche/escola.

Não é verdade!

A velocidade com que as crianças adquirem a(s) língua(s) varia muito de pessoa para pessoa. Algumas crianças já falam muito aos dois anos de idade e têm um vocabulário bastante grande, enquanto outras ainda estão a começar a falar nesta altura. Há crianças que se limitam principalmente a ouvir durante muito tempo e depois formulam diretamente frases longas. Outras expressam-se muito cedo em frases de uma e duas palavras. Muitas crianças começam com a aquisição de palavras como: bola, carro, brincadeira, mas algumas concentram-se primeiro em palavras mais complexas, por exemplo, mais longe, novamente, ou mesmo eu - e, claro, precisam de mais tempo para isso.
Na aquisição de línguas, as crianças seguem o seu ritmo individual e as suas preferências muito pessoais, independentemente de crescerem com uma ou mais línguas.

Verdade!

Nos primeiros anos de vida, as crianças multilingues ainda não possuem um equivalente na outra língua para cada palavra, somente por questões de tempo, uma vez que este tempo de aquisição da língua está espalhado por várias línguas. As crianças têm um vocabulário linguístico transversal e muitas vezes misturam as suas línguas inconscientemente: usam primeiro a palavra que lhes vem à mente; aquela que lhes está mais fortemente associada a um objeto; ou simplesmente a palavra que acham mais bonita. Com a crescente experiência linguística e a crescente competência linguística, as crianças aprendem a separar as suas línguas umas das outras quando precisam, por exemplo, quando falam com uma pessoa monolingue.
No entanto, as misturas linguísticas são também uma característica do multilinguismo vivido para além da infância.

Verdade!

Imagine que é um carpinteiro multilingue, pois conhece não só o alemão do dia a dia, mas também o alemão da profissão de carpinteiro. No entanto, não pode usar estes termos técnicos numa conversa com um amigo, pois este não os compreenderia. Se quiser falar-lhe de um emprego, tem de encontrar paráfrases. Claro que isto é possível, mas é um pouco enfadonho e também insatisfatório para si, pois não consegue chegar ao âmago das coisas desta forma.
As pessoas multilingues têm uma participação semelhante na conversa com monolingues, porque aqui só podem usar parte do seu repertório linguístico. Em contraste, quando estão com outras pessoas multilingues que falam as mesmas línguas, podem utilizar toda a gama e limitar-se a usar as palavras mais apropriadas, ou simplesmente que lhes sejam mais bonitas pessoalmente, sem quaisquer restrições. Assim, em tais situações, as misturas linguísticas são algo bastante natural. Estas misturas mostram que as línguas de uma pessoa multilingue estão em contacto umas com as outras, influenciam-se e complementam-se mutuamente e, em conjunto, resultam na sua competência linguística pessoal.
Aliás, todos nós misturamos as nossas línguas na vida quotidiana, muitas vezes sem nos apercebermos disso. Sentámo-nos ao computador de manhã, conversamos entre nós e compramos uns tacos no nosso intervalo de almoço, e não andamos com rodeios ao tentar decifrar a tradução literal.

Não é verdade!

As crianças precisam de um contacto extenso e variado com a língua alemã para adquirirem bons conhecimentos desta língua. Isto não significa, contudo, que as suas primeiras línguas devem ser excluídas da creche e da escola, muito pelo contrário! A língua (ou línguas) que uma criança adquire nos primeiros anos de vida está inseparavelmente ligada a todo o seu desenvolvimento na primária: nele, a criança entra nas suas primeiras relações, começa a comunicar as suas necessidades e pensamentos, a nomear coisas e ações e a desenvolver a sua personalidade. Para uma criança que cresce a falar alemão, é evidente que estes processos continuam constantemente no infantário e na escola, na sua própria língua. A situação muda para as crianças multilingues (ou que não falem alemão): os seus conhecimentos linguísticos estão agora reduzidos à língua alemã ou completamente substituídos por ela. Assim, muitas vezes a entrada na creche é vista como um corte profundo na aquisição da sua língua e, portanto, em todo o seu desenvolvimento anterior.

O sistema educativo desempenha assim um papel central no desenvolvimento multilingue: será que o multilinguismo das crianças é tratado com sensibilidade aqui, será que as suas línguas se refletem nas instalações, será que são apoiadas e promovidas lá? Só então é que as crianças podem desenvolver um bom multilinguismo, não à custa, mas em combinação com as suas primeiras línguas.

A linguagem é usada para moldar a relação pais-filho, para expressar emoções, para acompanhar a criança no seu caminho para o mundo. Os pais podem fazer tudo isto na língua com a qual estão mais confiantes, na qual se sentem mais confortáveis, na qual podem falar de forma bastante espontânea. A comunicação autêntica e íntima é a melhor base para o desenvolvimento geral da criança e, portanto, muito mais valiosa do que o, bem intencionado, ensino precoce da língua alemã. E que mãe ou pai gosta de falar numa língua com o seu filho em que ele atinge os seus limites linguísticos e que não é a sua língua materna?

Ambos verdade!

Durante muito tempo, os pais foram aconselhados a manterem uma língua o mais consistente possível. E de facto: se uma mãe grega fala constantemente em grego com o seu filho que está na Alemanha, esta língua assume um significado muito elevado para a criança, afinal, não há outra língua que ela possa falar com a sua mãe.
No entanto, a maioria dos pais sente que a consistência é por vezes difícil de implementar na vida familiar diária. Também contradiz a dinâmica do multilinguismo vivido: as línguas estão em contacto "no interior" da pessoa e a sua competência linguística consiste em várias línguas e não apenas numa. No entanto, se a mãe grega agora também usa frequentemente a língua alemã, a criança logo se perguntará: porque é que eu deveria falar em grego com a minha mãe?
Torna-se claro que os pais têm de encontrar o seu próprio caminho pessoal entre a consistência e o multilinguismo vivido e tê-lo em conta: o que é que eu quero para o desenvolvimento linguístico do meu filho e em que é que nós, como pais, nos sentimos bem?
É importante que os pais não se coloquem a si próprios e aos seus filhos sob pressão, mas que mantenham a alegria de lidar com as línguas e também de o transmitir. Por fim, o desenvolvimento e educação multilingues é um processo contínuo, as decisões uma vez tomadas mudarão com o tempo, isto também faz parte do multilinguismo vivo.

É verdade, as crianças adquirem melhor as línguas quando as podem usar

Isso mesmo, a descontração dos pais e uma abordagem positiva ao multilinguismo no ambiente da criança apoiam-no no seu desenvolvimento multilingue.

Não é verdade, pelo contrário, quanto mais cedo houver o contacto com todas as línguas, mais as crianças beneficiam da facilidade dos processos de aquisição da língua materna

É verdade porque as crianças adotam a(s) língua(s) dos seus cuidadores. Ser um bom modelo linguístico também significa: gostar de falar, ter tempo para conversar, pensar na(s) língua(s) em conjunto, geralmente dando à(s) língua(s) um lugar importante na vida quotidiana. As pessoas multilingues podem transmitir à criança uma abordagem viva do seu próprio multilinguismo, bem como uma atitude positiva em relação ao mesmo.

É verdade, as crianças não estão inicialmente interessadas na língua como tal, mas perguntam-se o que podem fazer com ela: comunicar com pessoas que são importantes para elas, ouvir boas histórias, satisfazer desejos e necessidades, fazer amigos ...

Não é verdade, porque esta abordagem não corresponde aos processos de aquisição linguística da criança. O seu interesse na linguagem como um sistema é limitado, e quanto mais jovens são, menos capazes são de se concentrar, por exemplo, em aspetos gramaticais, em vez de conteúdos, de uma enunciação.

É verdade, diversos fatores influenciam a forma como o desenvolvimento multilingue de uma pessoa progride, o significado que as línguas individuais têm para ela e o quão bem as falam. Tudo isto pode mudar várias vezes ao longo da vida, o desenvolvimento multilingue é um processo dinâmico que nunca termina.